A Saúde Humana
A
medicina tradicional não estuda a saúde, estuda as doenças. As doenças
são o efeito de uma matéria física sem saúde. A saúde, no entanto, é
que deve nortear e mostrar como se deve cuidar e manter o corpo. Assim,
a medicina, que deveria ser um saber, é um paliativo que apenas
trabalha com os efeitos de erros sociais, econômicos e alimentares.
Trabalhar com erros é ir no caminho inverso da vida e de tudo o que
sustenta a vida. Não se pode partir de princípios do erro, porque o
erro não tem princípios. Tem-se de partir dos princípios da natureza
correta e sadia. Pois, é a natureza que tem os princípios da vida, da
saúde e do bem-estar físico e psíquico do ser humano. Esperar que uma
doença exista para descobrir a cura, é estar de plantão para acolher o
erro que a própria sociedade comete com cada um e com todos os que nela
confiam.
Portanto, quando se trata de
saúde, o que se deve
fazer é buscar os princípios corretos do viver e da vida para que
nenhuma doença venha a ocorrer. Mas, a ocorrência de doenças para quem
nunca buscou o natural é inevitável no meio do sistema em que se vive,
porque o sistema todo está doente, e quem está no meio dele, fica
necessariamente, contaminado.
Que fazer então? Buscar o mais
depressa possível a regularização da vida física através do bem-estar
da matéria física de acordo com a natureza. Natureza essa, que se
refere à alimentação, à higiene, ao trabalho, ao descanso (repouso), ao
lazer e, principalmente, ao ideal de vida, que anda em direção à vida e
não na expectativa da morte. Pois, quem está na expectativa da morte já
está doente por não construir a vida. A construção da vida é o alicerce
da saúde e a interrupção das doenças. As doenças acontecem porque estão
no caminho da vida. Vida, que deveria fluir como uma fonte flui para
formar a correnteza de um rio. Quando a vida não tem o seu fluxo
normal, então ela está interrompida por algum corpo estranho em seu
caminho. O corpo estranho no caminho da vida é o não viver conforme a
natureza humana e a natureza universal. Esse não viver, interrompido
por algo estranho, é que causa todas as doenças e leva à interrupção da
matéria física, com o nome de morte.
A morte da matéria
física não é a extinção da mesma, que continua seu fluxo de vida no
universo, independentemente do nome que seja dado a essa interrupção.
Mas, se o ser humano não evita essa interrupção, com o poder que lhe é
próprio no universo e na vida, então a interrupção se torna contínua e
incontrolável.
Pois, só o ser humano pode
interromper o
ciclo da morte física pela dilatação da consciência. Consciência, que
liga e modifica a matéria prima do universo.
Ter
saúde, portanto, é viver dentro dos parâmetros da natureza. Mas, o que
a natureza fornece para isso? Para isso a natureza fornece todos os
princípios e suportes à existência. Porém, quando o ser humano faz
desses suportes, objetos de comércio e enriquecimento, ele está
substituindo a saúde pela doença, pois comercializar a natureza é a
maior de todas as doenças humanas. As matas, as águas, as terras, as
plantas e todos os animais estão dentro do planeta para sustentar a
vida da matéria humana. Mas, transformar todas essas riquezas naturais
em acumulação de metais, e símbolos substituíveis por outros bens, é
assassinar a natureza e cavar a própria sepultura para o corpo físico.
Não se pode sair ileso de tamanha atrocidade contra a natureza. Assim
se vê que, enquanto as raízes do natural não forem retomadas por cada
um e por todos, as doenças não só continuarão, mas aumentarão em número
e em poder de matar. Poder de matar e deturpar a matéria do universo e,
por conseqüência, a matéria humana, já tão abalada e debilitada por
tantos males causados por ela mesma.
O
ser humano, na sua totalidade, tem de assumir o comando de si e de sua
matéria para que ela não adoeça e não pereça. Não adoeça e não pereça,
como acontece no abandono dos cuidados naturais de si mesmo.
Tomar
remédio é um meio de não morrer agora, mas enquanto não se volta ao
início da vida como um todo, a morte física sempre será uma questão de
tempo. Questão de tempo, porque o próprio tempo está fora do domínio
humano, como mais uma doença crônica. Crônica, porque o ser humano
convive com essa idéia e a incorpora. E tudo o que não é natural, sendo
encarado como tal, torna-se a segunda natureza incorporada naquele que
assim age.
Portanto, estar doente é estar
deturpado
dentro da vida. A vida não erra e a doença é um erro. Portanto, a
doença é erro de viver e não da vida. Erro de viver, porque quando nada
de anti-natural interfere na vida, ela flui com a mais perfeita
vivacidade que lhe é própria, transformando-se em todas as suas fases,
sem nunca morrer, porque não há contradição nela. E a contradição da
vida, criada pelo – humano – doente é a morte. Morte, que não existe,
mas é colocada no caminho da vida pelo ser humano. Ser humano, perdido
dentro da inconsciência e cego por ela. Desse modo, vê-se que ninguém
adoece, pois isso seria algo da vida e a vida não tem doença, a vida é
saúde permanente. A doença é a meia-morte, é a morte de algo, enquanto
que o movimento da vida, que é saúde cristalina, não permite nem
meia-morte, nem morte total. Mas, o ser humano, esquivando-se da vida
se automutila na seqüência do existir material, e esta automutilação
faz a doença parecer existir.
Faça-se o natural na vida e
tudo correrá no fluxo natural da própria vida, sem interrupção, sem
doença e sem morte. Fazer o natural, nada mais é do que beber quando se
tem sede; comer quando se tem fome; dormir quando se tem sono; fazer o
que se gosta, sem interferir e nem prejudicar o outro; viver e deixar
viver; pensar e deixar pensar; querer e deixar querer; andar e deixar
andar; parar e deixar parar. Todos esses atos são humanos e, sendo
humanos, todos têm o direito de praticá-los, sem prejudicar ninguém e
sem ser prejudicado por ninguém.
Aprender a viver é o
princípio da saúde. Saúde de um e de todos, porque todos vivem em
função de um e um vive em função de todos. Só este fato, já trás os
maiores benefícios para a saúde individual e do conjunto. Tem-se tudo
na mão para se ter boa saúde. Mas, abandonar o que se tem em mãos para
o bem próprio e coletivo, é optar por ficar doente, sem justificativa
no mundo da natureza.
Mundo da natureza, que é rico,
fértil,
bondoso e saudável e quem está no seu seio também é rico, fértil,
bondoso e saudável. E se não o é, aconteceu algo de errado no caminho
das coisas naturais. Esse algo de errado é o desvio natural das coisas
e este desvio tem o nome de doença.
Doença, que não é algo
positivo, porque a positividade é a saúde. Mas, quando não se sabe o
que é a saúde, já se está doente por não saber isto. Pois, a saúde é a
vida natural no seu fluxo e na sua extensão pura. Não estando
acontecendo isto, há uma interrupção nesse fluxo e essa interrupção tem
o nome de doença.
E não se cura uma doença,
conserta-se o
fluxo da vida, que foi interrompido. E consertar esse fluxo é o
trabalho da medicina, que é a ciência da vida e não da morte. Pois, ela
existe para cuidar da vida e não das interrupções desta. Enquanto a
medicina estuda as doenças, esquece que a saúde já foi esquecida há
muito tempo. E assim, se ocupa do vácuo em lugar de se ocupar da
existência sólida da vida.
O médico, portanto, deveria ser um vigilante da vida e não um
espectador da morte.
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